terça-feira, 4 de maio de 2010

A menina e a Janela.

Em um pequeno quarto, onde uma janela ocupava um grande espaço de uma parede ali morava uma menina, não tão menina assim, mas tinha pensamentos que a tornavam assim por sua imaginação, gostava de ter princípios, gostava de ler, tinha unhas coloridas, só por que era legal ser diferente, gostava de imaginar e ficar voando em suas próprias fantasias mas enquanto a dona da janela ia para o mundo ela tinha seus deveres a cumprir, ela trabalhava e estudava , porém o mundo ia até a sua janela..
Todos poderiam pensar que essa história é sobre a tal menina, mas não.. a historia é sobre a menina e sua janela.
Logo pela manhã quando a menina moça ia levantar para ir à escola ela via um menino que cresceu dentro de um sol, ele tinha os cabelos em chamas, sardas no rosto, e não aparentava ser lá tão feliz.. o sol menino se chamava Radiano o ruivo, na verdade ele não tinha nome, até a menina conhece-lo numa manhã e chama-lo assim em uma curiosa conversa que sempre era interrompida pelo despertador de atrasos, ela nunca soube lidar com horários, e nunca quis aprender também. Quando chegava ia logo ver as cores diferentes dos lugares mais inimagináveis, tudo era tão real que ela queria atravessar aquele mundo, e quando tentava pular a janela era em vão que o fazia , ela caia nas bicicletas que sempre ficam encostadas no muro de sua casa, então ela nunca mais tentou fazer nada que pudesse tocar o mágico. Seu rápido amigo menino sol sempre tentava lhe contar das coisas que via mais adiante onde seus olhos não podiam ver, ele lhe contava das cachoeiras de lirios, a agua era de um azul amarelado, que brilhava ao tocar o rio e tinha um cheiro de Lirios que ali rodeavam o lugar .
Quando a noite caia o amigo sol se despedia e chegava uma mulher misteriosa, que cresceu dentro da lua, ela não era diferente de nós mulheres desse mundo, ela também era cheia de fases como a lua , talvez seja por isso que ela não cresceu dentro do sol, ela não mostrava muita simpatia, a menina demorou muito para conseguir a confiança daquela que tinha os olhos cinzas e brilhante que chega fazia arrepiar seus braços, e que ela a chamava de Pérola, um nome que agradou a mulherlua .. contudo a menina pedia para ela lhe descrever o que ela não podia enxerga assim como fazia com o menino sol, ela descrevia a cachoeira, dizendo que os lírios descansavam e deixavam em seu lugar aquelas florzinhas que quando sobram voam ao vento, e no lugar do brilho da cachoeira caiam estrelas, pequeninas e saltitantes que quando chegavam as margens iam para o fundo do mar e viravam estrelas do mar das mais belas, porém ela disse a menina que quando essas estrelas ficavam perto de morrer elas saltavam para o céu para fazer companhia a ela, e com isso a menina aprendeu a amar as estrelas, como se fossem anjos do céu.
O interessante é que tudo que ocorria no tal mundo era influenciado pelo humor da menina, um dia ela chegou de seu trabalho e viu a janela escura, quando chegou mais perto encontrou pingos de chuva, mas não eram pingos comuns, as águas eram pretas, dando um aspecto de vazio, que era o que ela sentia,não encontrava Pérola nem Radiano e era como se tudo tivesse sumido da sua janela e apesar de tudo estar como ela queria, ela não tinha essência para sustentar coisas que ela costumava dizer que era de seu absoluto controle, ela não costumava procurar pelo controle de suas imaginações, ela nunca havia procurado para falar a verdade, sempre as coisas apareciam para ela como em um sonho,mas de repente ela percebeu que o que lhe faltava não era imaginar e o que ela não tinha controle era na verdade amar, era certo que o vazio que ela trazia era de seu coração, ela , a menina sem nome, sabia que poderia dar certo mas ela tinha muito medo, como se em sua janela aparecesse um dragão de sete cabeças e fosse arrancar de seu peito o seu pequeno e medroso coração, então ela deixou isso para lá, não quis pensar em amor ou em histórias perfeitas, afinal quem acredita nisso?
E no fundo todos sabemos que ela acreditava nisso.























P.S: Continua

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